quinta-feira, 9 de maio de 2013
Prazer da Palavra | BOM DIA: Deus. Para que Deus?
Entre os pecados do rei Davi, está também a vaidade. A irritação de Deus quando o rei mandou fazer um (aparentemente inocente) recenseamento o indica.
Qual o problema em promover um recenseamento? Nenhum.
Mas veja os números mencionados: são números de soldado.
O número era para mostrar o quão capaz era Davi em formar um exército. Aplauda-me, povo. Vocês têm um rei realmente genial. Ninguém me segura. Vaidade.
O número era para mostrar que Davi não precisava mais depender de Deus para vencer; dependeria do número dos seus soldados. Adeus orar para guerrear. O número garantia. Autossuficiência.
Veja também a objeção do seu assessor ao censo. Davi não ouve. Estou mandando.
A agenda de Deus não incluía um recenseamento, que estava na de Satanás, que tentou Davi, que caiu.
Foi tentado a contar e contou. Não consultou a Deus.
A seu favor, reconheçamos, Davi se arrependeu. Também por isto, é um homem segundo o coração de Deus. Não podemos não pecar, mas podemos nos arrepender.
Davi também aprendeu, e não fugiu, que o pecado tem consequências, mesmo quando confessado. Excepcionalmente, ao nos perdoar, Deus pode remover também as consequências, mas esta não é a regra geral. No caso, qual foi o castigo? O número de soldados foi reduzido. O orgulho era o número; o preço foi no número.
Israel Belo de Azevedo.
2- E CHAMAMOS A ISTO DE CIVILIZAÇÃO
Durante a peste que varreu a Inglaterra no começo do século 17, o pastor John Donne (1572-1631) via, de seu escritório na igreja, os corpos sendo carregados, mortos. Cheio do sentimento do mundo (conforme a expressão do nosso Carlos Drummond de Andrade), ele escreveu:
Nenhum homem é uma ilha plena em si mesma.
Cada homem é uma parte do continente, uma parte do todo.
Se uma porção de terra é levada pelo mar,
a Europa é levada, como se um penhasco fosse,
como se a casa dos teus amigos ou a tua própria fosse.
Toda morte humana me diminui, porque sou parte da humanidade.
Então não queira saber por quem os sinos dobram:
eles dobram por ti.
Não temos mais sinos dobrando.
Mas temos corpos sendo levados.
Mas achamos que isto não é conosco, e não nos importamos, como se não fôssemos parte da humanidade, e chamamos a isto de civilização.
Você acha que é civilização não saber o nome da pessoa que sobe conosco no elevador?
Israel Belo de Azevedo.
Contato: israelbelo@gmail.com
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